sábado, 26 de julho de 2008

Paraíso literário


Uma das coisas que mais chama a atenção -e que mais amo- em Buenos Aires são suas livrarias. Só na Corrientes existem mais livrarias que em toda a cidade do Rio de Janeiro, dizem. E eu não duvido.

Mas não é só o fato de ter muitos lugares vendendo livros, mas da qualidade desses locais e de seus produtos. Aqui encontramos de tudo, livros esgotados no Brasil já encontrei vários, clássicos da literatura universal não à preço de banana, mais barato ainda! A crise sobe os preços dos alimentos, mas a alma de quem vive nessa cidade está sempre muito bem alimentada.

Isso porque na Argentina bens culturais não tem imposto. Ou seja, você compra cds, filmes e livros por um preço acessível à quase toda a população.

Uma das minhas atividades preferidas é visitar livrarias. Porque além de todas as vantagens que já citei, aqui podemos folhear e ler os livros sem que os vendedores nos pressionem e digam que temos que comprá-los. E muitas dessas livrarias possuem cafés, onde podemos sentar e aproveitar ainda mais o prazer da leitura.

Essa semana com visita em casa fomos ao clássico dos clássicos, a livraria El Ateneo da Avenida Santa Fé. O lugar é um antigo teatro que virou uma das livrarias mais belas e charmosas do mundo. Não dá para visitar Buenos Aires sem perder algumas horas aí, ente livros e cds.

Mas mesmo assim ainda sou daquelas pentelhas que prefere os lugares apetadinhos e pequenos das livrarias sem a pompa do Ateneo. Mas isso não significa que não fique encantada cada vez que passo por ali e entro, ficando pelo menos 2h admirando tanta literatura junta. Como diria Jorge Luis Borges:

Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria

terça-feira, 8 de julho de 2008

Sociedade macabra

Acho que todos sabem da fascinação que os argentinos tem com a morte, mais especificamente com os mortos. Existem várias histórias sobre roubo de corpos, ou o fato do Cemitério da Recoleta ser ponto turístico. Claro, não podemos esquecer o "seqüestro" do corpo da Evita e o roubo das mãos do Perón. Excelente tema para um tango.

Agora novamente o macabro volta a ser notícia nos jornais por aqui: fecharam o Jardim Botânico, entre outras razões, porque encontraram restos humanos PELOS JARDINS. E pior, os funcionários que fizeram as denúncias disseram que isso acontece há anos.

Acho que não existe limites pra loucura (só pelos mortos?) na Argentina.